
LUCIANA - Parece que seu pai, por ter sido saxofonista, exerceu papel importante em sua vida. A criação que você teve ainda o afeta? JOE LOVANO - A inspiração dele continua viva até hoje, e muito forte. Não só sua música e seu jeito de tocar, mas como ele me abriu a porta e me ensinou a ensinar música a mim mesmo e a encontrar meu caminho no jazz e na música em geral. Ele tinha uma grande coleção de discos com a qual cresci, e aquilo foi belo. Ele era generoso.
LUCIANA - Você sempre homenageia músicos que o ajudaram. Que lições aprendeu com gente como Lonnie Smith, Chet, Woody ou Mel, na Vanguard Orchestra? LOVANO - A gente encontra momentos de beleza com músicos diferentes que têm uma paixão profunda. Quando penso nisso, me emociono. Minha música e meu jeito de tocar são um reflexo dos lugares onde já estive como músico em turnê e dos lugares onde já estive musicalmente, em fases diferentes, com várias pessoas.Desde os primórdios, quando toquei com Lonnie Smith, até vir para Nova York e gravar com ele no estúdio, recebendo sua confiança numa idade tão jovem -eu tinha 20, 21 anos-, me deixando sentir que era minha sessão de gravação, sabe? Ao longo dos anos, tocar com Woody Herman, Mel Louis, Chet Baker e os outros que você mencionou, logo no início de minha carreira, me deu confiança e me lançou para fazer da minha carreira o que ela se tornou. Colaborações com mestres, Ed Blackwell, Hank Jones e John Scofield, sabe? Isso é inspirador. E se reflete e continua vivo em tudo o que eu faço.
LUCIANA - Você sempre homenageia músicos que o ajudaram. Que lições aprendeu com gente como Lonnie Smith, Chet, Woody ou Mel, na Vanguard Orchestra? LOVANO - A gente encontra momentos de beleza com músicos diferentes que têm uma paixão profunda. Quando penso nisso, me emociono. Minha música e meu jeito de tocar são um reflexo dos lugares onde já estive como músico em turnê e dos lugares onde já estive musicalmente, em fases diferentes, com várias pessoas.Desde os primórdios, quando toquei com Lonnie Smith, até vir para Nova York e gravar com ele no estúdio, recebendo sua confiança numa idade tão jovem -eu tinha 20, 21 anos-, me deixando sentir que era minha sessão de gravação, sabe? Ao longo dos anos, tocar com Woody Herman, Mel Louis, Chet Baker e os outros que você mencionou, logo no início de minha carreira, me deu confiança e me lançou para fazer da minha carreira o que ela se tornou. Colaborações com mestres, Ed Blackwell, Hank Jones e John Scofield, sabe? Isso é inspirador. E se reflete e continua vivo em tudo o que eu faço.

LUCIANA - Você é visto como um dos improvisadores de jazz mais destemidos. Como professor, que tipo de conceitos e exercícios de improvisação passa para seus alunos? Você ainda trabalha em cima dessas coisas ou apenas mantém a linguagem em movimento pelo fato de ser um instrumentista tão ativo? LOVANO - O repertório é uma das coisas mais importantes para o músico desenvolver um conceito e uma abordagem dentro do mundo da música. E para desenvolver um repertório dentro de seu próprio conceito e abordagem, para que tenha um cabedal profundo de material que o inspire a desenvolver idéias, melodicamente e dentro da harmonia, para que possa sentir as coisas e ser melodicamente expressivo de maneira lírica. É preciso também uma concepção profunda do estudo do ritmo e do desenvolvimento de sua abordagem para poder ser livre dentro deste mundo de ritmos em que vivemos, para que as pessoas possam tocar juntas e acertar a batida com qualquer tipo de música que seja tocada.
LUCIANA - Você também é baterista. Poderia me falar um pouco sobre a importância do ritmo em sua música, ou do quanto você foca no ritmo quando compõe ou improvisa? LOVANO - Bom, eu diria que é um foco total. Há um equilíbrio igual no foco entre os aspectos rítmicos de como você monta melodias, os aspectos harmônicos-rítmicos em que cabem os acordes, e como as coisas podem avançar nesse sentido. Tocando bateria ao longo dos anos, estudando os grandes bateristas... Meu pai me disse desde cedo que eu tocaria com grandes bateristas e com grandes pianistas. Então é preciso entender o que eles fazem. Mas a bateria, para mim, existiu desde sempre. Todo músico precisa ter um senso profundo de ritmo.
LUCIANA - Nos últimos tempos você anda viajando com uma banda composta de músicos muito mais jovens. Pode contar como vem sendo essa experiência? LOVANO - O jazz é a música das experiências multiculturais e multigeracionais. No meu caso, eu sempre era o cara mais jovem nas bandas. Com o passar do tempo, você vai se desenvolvendo, e a situação se inverte.
LUCIANA - Esta será a primeira vez em que você vai ao Brasil [Lovano se apresenta dia 26/10 no Rio; 27/10 em Vitória e 28/10 em São Paulo]? LOVANO - Não. Já estive no Brasil, tocando, umas cinco ou seis vezes. Estive no Rio de Janeiro, em São Paulo, em Belo Horizonte e em Maceió. Estou ansioso para voltar. Minha primeira visita ao Brasil aconteceu há uns dez anos. Eu amo e respeito a música brasileira. Também já tive o prazer de gravar e tocar com artistas maravilhosos, como Hermeto Paschoal, Joyce, Miúcha e muitos outros talentos fantásticos, como você mesma.

LUCIANA - Você também é baterista. Poderia me falar um pouco sobre a importância do ritmo em sua música, ou do quanto você foca no ritmo quando compõe ou improvisa? LOVANO - Bom, eu diria que é um foco total. Há um equilíbrio igual no foco entre os aspectos rítmicos de como você monta melodias, os aspectos harmônicos-rítmicos em que cabem os acordes, e como as coisas podem avançar nesse sentido. Tocando bateria ao longo dos anos, estudando os grandes bateristas... Meu pai me disse desde cedo que eu tocaria com grandes bateristas e com grandes pianistas. Então é preciso entender o que eles fazem. Mas a bateria, para mim, existiu desde sempre. Todo músico precisa ter um senso profundo de ritmo.
LUCIANA - Nos últimos tempos você anda viajando com uma banda composta de músicos muito mais jovens. Pode contar como vem sendo essa experiência? LOVANO - O jazz é a música das experiências multiculturais e multigeracionais. No meu caso, eu sempre era o cara mais jovem nas bandas. Com o passar do tempo, você vai se desenvolvendo, e a situação se inverte.
LUCIANA - Esta será a primeira vez em que você vai ao Brasil [Lovano se apresenta dia 26/10 no Rio; 27/10 em Vitória e 28/10 em São Paulo]? LOVANO - Não. Já estive no Brasil, tocando, umas cinco ou seis vezes. Estive no Rio de Janeiro, em São Paulo, em Belo Horizonte e em Maceió. Estou ansioso para voltar. Minha primeira visita ao Brasil aconteceu há uns dez anos. Eu amo e respeito a música brasileira. Também já tive o prazer de gravar e tocar com artistas maravilhosos, como Hermeto Paschoal, Joyce, Miúcha e muitos outros talentos fantásticos, como você mesma.